Escrevendo o projeto de Doutorado

Mapeando o ‘geral’, achando a lacuna, fazendo o outline.

Depois de terminar minha dissertação de Mestrado, demorei vários (e dolorosos) meses para definir o que iria fazer durante o meu Doutorado. A ideia principal era explorar uma região diferente do Brasil (Amazônia) e sua complexa interação entre nuvens, aerossóis e uso do solo. Tentei reunir o máximo de informação que pude sobre o assunto, e depois de uma tentativa fracassada com um projeto “ruim”, usei outros recursos para desenvolver um projeto melhor e mais definido. Esses recursos não só me ajudaram a escrever o documento em si, mas também melhoraram o meu conhecimento do assunto e me deixaram mais confiante para defender o projeto com sucesso no processo de admissão.

Neste post, vou descrever dois desses recursos e como eles me ajudaram a criar o projeto de pesquisa.

Esses recursos vieram de dicas durante uma ótima palestra do Rafael Rosolem (ex-estudante do IAG-USP!) sobre habilidades de pesquisa.

Usando um mapa mental

Mapas mentais são ótimas ferramentas para organizar cadeias de ideias. Eles podem ser de vários tamanhos e cores, mas são construídos da mesma forma: conectando tópicos. Eles podem ser feitos à mão (post-its são perfeitos para isso!) ou usando vários tipos de softwares no PC/smartphone/tablet.

Como eu gosto de usar o meu iPad para fazer anotações, decidi usar um aplicativo com versão web/desktop disponível também. Depois de vários testes, escolhi o Miro, pois tem um plano educacional gratuito com quadros ilimitados e diversos templates, incluindo um de mapas mentais.

A ideia para o mapa mental relacionado ao meu projeto de pesquisa (link abaixo) foi de delinear tópicos e informações importantes de um longo artigo de revisão ( Altaratz et al., 2014) sobre um assunto interessante para mim que acabou se tornando a base do meu projeto. Defini o tópico principal como “Deep Convection in Amazônia” (Convecção Profunda na Amazônia) e parti do “geral” para o “específico”. Demorei algum tempo, mas fazer isso realmente me ajudou a entender melhor o assunto e enfim encontrar a lacuna (conectar observações com sensoriamento remoto na região) que eu pudesse explorar na minha tese. O resultado final foi um grande e detalhado mapa que eu sempre irei usar como referência quando eu me sentir perdida.

Escrevendo o projeto usando um esboço (outline)

Encontrando uma lacuna para explorar, o próximo passo foi escrever o projeto. Uma coisa que realmente ajudou a acelerar o processo de escrita foi delinear todo o documento (elaborar um esboço ou outline). Essa “técnica” é basicamente definir o que você vai escrever em cada seção (introdução, base de dados, etc), subseção e até parágrafo. Parte do esboço que eu fiz (exportado do Notion) é mostrado abaixo.

Assim que eu defini a ideia para o projeto, escrevi o esboço descrevendo o que eu queria fazer e como eu queria fazer. Fiquei tão animada com a “versão completa” do esboço que eu mandei para minha orientadora para mostrar a minha ideia e pedir um feedback, que recebi pouco tempo depois. Depois de mais ou menos uma semana, meu projeto estava pronto!

Minha página exportada do Notion com parte do esboço.

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